Apresentação


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Thursday, February 2, 2017

Portal Crisálida: posicionamento dos Professores Leo Pini e Ivan Ricarte, candidatos à reitoria da Unicamp

O Portal Crisálida convidou os candidatos à Reitoria a responder à seguinte questão:
Prezado(a) candidato(a) à Reitoria da Unicamp,
Considerando que um dos mais consolidados consensos científicos da atualidade é a percepção do caráter preponderantemente antropogênico das mudanças climáticas e dos múltiplos processos que impactam e degradam a biosfera; 
considerando também a necessidade de mitigar quanto possível tais impactos e de melhor compreender sua extensão e desdobramentos, o portal Crisálida teria grande prazer em publicar um texto programático seu a respeito da seguinte questão:
Como entende o(a) colega, se eleito(a) reitor(a), promover um mais efetivo engajamento da Universidade, seja no âmbito da educação ambiental intra- e extramuros, seja no esforço de apontar soluções teóricas e práticas para os graves problemas acima evocados? Em particular, o que propõe o(a) colega em termos de ações diretas em prol da sustentabilidade do Campus?
Segue a nossa resposta.
Em nossa opinião, a UNICAMP já alcançou uma boa solução para a gestão de sustentabilidade intramuros com a instituição, em novembro de 2014, do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS), filiado à Coordenadoria Geral da Universidade, e suas instâncias complementares, o Conselho de Orientação Universidade Sustentável (COUS) e as Câmaras Técnicas de Gestão de Energia, de Gestão da Qualidade do Ar, de Gestão de Recursos Hídricos, de Gestão da Fauna e da Flora, de Gestão do Ambiente Urbano, de Gestão de Resíduos e de Educação Ambiental.
Tal solução representa um amadurecimento decorrente de diversas iniciativas anteriores, que podem ser traçadas à Política de Prevenção de Riscos Ambientais (Deliberação CAD-A-003 de 1999), à criação do Grupo de Estudos sobre Gerenciamento e Planejamento Ambiental (Portaria GR-123, de 2003) e do Grupo Gestor Ambiental (Resolução GR-053, de 2006).
Consolidar o trabalho do GGUS e tornar os campi da UNICAMP sustentáveis não será mais que a obrigação da próxima Reitoria. Além de trabalhar na resolução de questões ambientais já observadas, a Universidade tem, na implantação do Campus II de Limeira, uma ótima oportunidade de criar um campus modelo em sustentabilidade e, assim, demonstrar soluções que podem ser replicadas para os demais campi e para a sociedade. Conviver em espaços onde a consciência ambiental esteja cotidianamente presente é um dos modos mais efetivos para promover uma educação ambiental para a vida.
No entanto, precisamos ter também uma atuação em direção a uma sociedade resiliente e sustentável. Entendemos que a UNICAMP pode e deve assumir um papel protagonista em relação a soluções para os problemas ambientais da sociedade. Com seu nome internacionalmente associado à inovação, caberá à Universidade, cumprindo seu papel de instituição pública mantida pela sociedade e alinhada com iniciativas internacionais de Pesquisa e Inovação Responsável (RRI, na sigla em inglês), direcionar parte desse esforço à criação de soluções inovadoras e sustentáveis para as principais questões sociais ambientais. É o fazer ciência com e para a sociedade, dentro dos seis princípios do arcabouço de RRI:
engajamento, na articulação de pesquisadores com a sociedade civil, indústrias e formuladores de políticas públicas;
igualdade de gênero, abordando a modernização na gestão de recursos humanos
educação em ciências, não apenas na formação de futuros pesquisadores mas também de outros atores sociais;
acesso aberto, com transparência e acesso gratuito aos resultados de pesquisas realizadas com financiamento público;
ética, de modo a assegurar maior relevância e aceitação dos resultados da pesquisa e inovação; e
governança, para articular as demais dimensões e assegurar responsabilidade para evitar desenvolvimentos prejudiciais ou antiéticos na pesquisa e na inovação.
Como a Reitoria pode atuar para concretizar tais iniciativas? Em primeiro lugar, reconhecendo que a Pesquisa e Inovação Responsável deve fazer parte dos valores da Universidade. Pesquisadores que produzam inovações frugais, mas com forte impacto social, devem ser tão valorizados quanto aqueles que publicam nos veículos de alto impacto. Nossos pesquisadores e alunos, seja por meio dos trabalhos de Iniciação Científica, seja por meio de atuação em atividades de extensão, devem interagir com a sociedade para identificar e solucionar problemas sociais e ambientais. Porém, acima de tudo, caberá às Unidades, dentro do processo de descentralização que promoveremos, definir como essa atuação junto à sociedade ocorrerá e definir também como valorizar, em seus perfis de promoção, o desenvolvimento desse tipo de pesquisa. Apenas assim poderemos exercitar o papel que nos cabe na promoção de Ensino, Pesquisa e Extensão junto à sociedade que sustenta nossas atividades.

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