Com
a recente ratificação pelo Conselho Universitário (CONSU) das
gratificações das nove funções do alto escalão administrativo –
Reitor, Vice-Reitor, Pró Reitores e Chefes de Gabinete – restabeleceu-se na Universidade uma discussão sobre gratificações
de docentes.
É
nossa opinião que este assunto deve ser discutido sob a ótica da
“Nossa Premissa” que abaixo elencamos e não sob argumentos
exclusivamente voltados à sua legalidade.
Nossa
Premissa: Todos os membros docentes da administração –
central e outras – devem submeter-se aos mesmos critérios de corte
salarial dos servidores da Universidade.
A
forma segundo a qual pretendemos implementar, em nossa administração,
as Gratificações para as nove funções de alto escalão será
estabelecendo na Câmara de Administração (CAD) os valores de
Gratificação e, então, aplicar o corte calculado segundo os mesmos
critérios de corte salarial vigentes. Adicionalmente será mantida
sua extinção após a finalização do exercício da função.
Obedecendo
a hipótese da “Nossa Premissa” avaliaremos no parágrafo
a seguir um conceito que permeia a UNICAMP desde há pelo menos 15
anos e que visa prover um novo ordenamento a todas as gratificações
dos docentes. Este conceito, que elencaremos a seguir sob o título
“Premissa Adicional”, deverá ser amplamente discutido em toda a
Comunidade para posterior decisão da CAD e CONSU.
Premissa
Adicional: Todas as
gratificações de função
docente terão reflexo pecuniário exclusivamente durante o exercício
da função, não restando qualquer reflexo após o desligamento da
função. Às gratificações aplicam-se os mesmos
critérios de corte
elencados acima.
Objetivo
da “Premissa Adicional”, que pela
legislação trabalhista só
pode ser aplicada aos
docentes,
é igualar no âmbito da carreira as responsabilidades acadêmicas e
as administrativas, porém
privilegiando os reflexos de
longo prazo para
a carreira acadêmica. Por
outro lado, entendemos que esta ação permitirá a manutenção de
nossa estrutura de gratificações,
ao mesmo tempo desafogando o orçamento no médio prazo. Certamente
esta ação passa a valer para
as gratificações obtidas
após
a aprovação da medida.
Para
finalizar e comentando as carreiras em vigor para docentes e não
docentes, é clara a identificação de realidades diversas, como a
seguir tratamos.
Não
docentes: a carreira está em processo de reestruturação há
quase quatro anos e, apesar de todo o esforço metodológico que seu
encaminhamento expõe, está muito distante de apresentar solução
para muitas questões. Como efeito colateral perverso, as promoções
nestes anos ficaram prejudicadas, com exceção para os servidores
recém-admitidos. Dentro do contexto da descentralização financeira
e de decisões e responsabilidades, entendemos que a solução a ser
buscada passa por uma legislação central que coloque definições
de estruturação geral – organização em níveis de
responsabilidade, gradação salarial, critérios balizadores de
promoção, definição de funções existentes, etc.; porém o
detalhamento do perfil e responsabilidade de cada função, recursos
para promoção, critérios específicos de acompanhamento e
promoção, preenchimento de vacâncias, entre outras devem ser de
decisão das Unidades.
Docentes:
a carreira, em nossa opinião, está definida de forma adequada. No
entanto sofreu, com a instituição do Teto Salarial Paulista, hoje
no valor de R$ 21.631,05, uma forte desestruturação, pois docentes,
por exemplo, ao alcançarem o nível MS-6 e tendo 20 anos de
exercício da função de professor passam a ser alcançados
precocemente por este teto, não tendo qualquer possibilidade de
acréscimo por quinquênio ou qualquer atrativo para exercer função
administrativa. Docentes MS-5.3 com 25 anos de carreira também
ultrapassam o teto.
A
solução para esta segunda questão passa certamente por uma forte
ação do Reitor da UNICAMP e do CRUESP junto ao Governador,
Assembleia Legislativa e opinião pública. As Universidades
Paulistas estão em risco. O advento do teto, no valor definido pela
Assembleia Legislativa de São Paulo, coloca em risco a carreira
docente no regime de dedicação exclusiva.
Venham
pensar conosco!
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