A razão de ser de uma Universidade está na formação de seus alunos e, na UNICAMP, temos uma grande responsabilidade com os cerca de 50 mil alunos que passam anualmente por aqui na Graduação (41%), na Pós-Graduação (34%, incluindo a Especialização), nos cursos de Educação Continuada (17%) e nos Colégios Técnicos (8%). Num ambiente propício ao Ensino não deve haver barreiras artificiais entre os diferentes níveis, que estarão congregados sob a Pró-Reitoria de Ensino, cuja criação faz parte de nossa proposta (consultar esse tema em nosso Boletim 7).
É
essencial que a UNICAMP ofereça a seus discentes um ambiente física
e mentalmente saudável, no qual as atividades de Ensino não sejam
um fardo, mas que estejam articuladas com e no mesmo nível de
importância que as demais atividades universitárias em Pesquisa e
em Extensão. Nossos Programas de Apoio – acadêmico, financeiro,
de saúde, emocional – são essenciais ao desempenho correto de
nossos alunos e serão tratados prioritariamente, obedecendo a
critérios de centralização e descentralização para torná-los
mais efetivos.
Com
relação aos Colégios, entendemos serem instrumentos de grande
importância não só acadêmica, mas também de inclusão,
oferecendo um modelo de desenvolvimento de atividades que ultrapassa
em muito nossas fronteiras e podendo servir de modelo para Escolas
estaduais. Acelerar a transferência do COTUCA para o Campus Zeferino
Vaz e propiciar uma expansão de área ao COTIL, como efeito
colateral amplamente positivo da transferência da Faculdade de
Tecnologia para o Campus II de Limeira (consultar este tema em nosso
Boletim 3), são prioridades com relação aos Colégios e às
Faculdades de Limeira – FT e FCA.
Agregar
às atividades de Extensão o enfoque acadêmico propiciado pela nova
Pró-Reitoria de Ensino valorizará ainda mais esse aspecto já
presente em nossas atividades de ensino de extensão. Agregar a
Escola de Extensão ao guarda-chuva desta Pró-Reitoria propiciará
possibilidades de atuação e de aprendizagem complementares aos
nossos discentes, bem como recursos adicionais a serem aplicados
exclusivamente ao Ensino e atividades relacionadas, como a atuação
de Empresas Juniores e Atléticas.
Nossas
atividades de Pós-Graduação vem sofrendo, desde 2015, de grande
diminuição de recursos provenientes do Sistema CAPES e CNPq. Tendo
sido preservados, em sua grande parte, os recursos de apoio na forma
das bolsas, caberá à administração central – Pró Reitorias de
Pesquisa, Ensino e Extensão – definir ações de apoio financeiro
de suporte aos investimentos e manutenção das atividades de
Pós-Graduação.
O
ingresso à Graduação em nossa Universidade já obedece a critérios
de inclusão que atendem às diretrizes estaduais. A última
alteração em critérios do Programa
de Ação Afirmativa para Inclusão Social
(PAAIS)
trouxe o número de ingressantes para mais próximo da meta de 50% de
vagas a alunos provenientes do Ensino Público, preservando aspectos
acadêmicos. É preciso reconhecer que um aperfeiçoamento ainda se
faz necessário, conectando ao processo uma avaliação econômica
mais pormenorizada de todos os alunos que se candidatem ao ingresso
via PAAIS.
Vemos
que dois segmentos merecem políticas próprias – acadêmicos com
desempenho inferior e acadêmicos com desempenho excepcional. Para os
primeiros foi aprovado recentemente um apoio em termos de bolsas PED
e PAD para atividades de reforço. O segundo grupo não possui nenhum
programa de incentivo e isso deve ser corrigido. Acreditamos que a
eliminação de barreiras entre os diferentes níveis no Ensino
poderão trazer benefícios aos dois segmentos.
Consideramos
que a demanda por cotas raciais já está atendida por nosso sistema
de pontuação especial dedicado às populações de origem negra e
indígena. Assim a Universidade deve dirigir seu esforço não a
paliativos mas à discussão e solução de acesso às Universidades.
Uma rediscussão da Lei Orçamentária Anual paulista, que em sua
versão 2016 direcionou menos de R$ 30 bilhões (25%) para o ensino
pré universitário, é a ação correta. Sem alterar esse perfil
orçamentário e também o modelo acadêmico, jamais obteremos uma
maior igualdade entre os diferentes extratos econômicos da
população. Nossas cerca de 3.400 vagas anuais para a graduação
representam muito pouco diante da correta demanda por uma inflexão
social. Um ensino pré-escolar, fundamental e médio de qualidade
para os 9,5 milhões de crianças e jovens representa a correta
postura para oferecer um ensino de qualidade a toda a população. A
UNICAMP, ao atuar politicamente nessa questão, poderá propor e
impulsionar um Programa de atuação envolvendo as Universidades
Paulistas, governo estadual e prefeituras.
Venham
pensar conosco!
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